Dos rompimentos da Vida.
Todos nós um dia já passamos pela triste experiência de romper um relacionamento. Pode ser com uma namorada, com um amigo, com um ente querido, com um inimigo, ou qualquer outro relacionamento que se finda.
Quando se rompe um ciclo alguma coisa é quebrada. Alguém se machuca, sai magoado, ferido…
Eu já rompi inúmeras vezes relacionamentos. Uma vez deixei de participar dos jogos do sensacional Zona Sul Futebol Clube. Saí magoado. Magoei pessoas. Enfim, uma choradeira para todos os lados. Cacos de vidro espalhados pelo chão.
Me fez bem. Voltei com uma insaciável fome de gols.
Toda a semana rompo meu relacionamento com meu irmão. É sempre uma briga sem causa que motiva uma picuinha sem razão. Pronto. Rompemos. Três dias depois estamos dando risada novamente. Iniciamos o ciclo para rompê-lo outra vez daqui a dois ou três dias.
Sempre me faz bem. Voltamos dando mais risadas do que nunca.
Agora rompo meu relacionamento com um ente tão querido quanto meu irmão.
O INTERNACIONAL.
É óbvio que não rompo para sempre.
É uma jura que fiz a mim mesmo. “Não mais sofrerei pelo Colorado enquanto ele não fizer por mim uma coisa muito simples: – Remover o maldito Alecsandro da equipe. Não só da equipe, do clube! Rasgar seu contrato! Queimar, se possível!”
Estou, agora, extremamente entristecido por escrever estas arrastadas linhas.
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento sobre o esporte Bretão consegue compreender que este jogador a quem me dirijo é o centro de todos os problemas da equipe colorada. A grande maioria dos leitores deste espaço joga ou já jogou futebol, e sabe que um CENTROAVANTE tem duas grandes incumbências dentro da equipe:
–A primeira, e com certeza, mais importante de marcar GOLS. Não um só a cada cinco partidas, mas vários. Guardar. Não deixar a bola atravessar a área adversária sem que no caminho encontre sua perna alterando a rota para o fundo das redes. Matar!
-E a segunda, mas nem por isso, sem importância, a de segurar a bola no ataque para que possam, os companheiros, ajudá-lo na árdua tarefa de rasgar uma defesa.
Uma equipe pode muito bem jogar uma partida acuada em seu campo, desde que ele esteja lá. O desafogo. A luz no fim do túnel. O SuperHomem.
É isso que espera o goleiro quando desfere o tão insensato balão. Ele se joga do oitavo andar na esperança de que o SuperHomem o pegue antes de estatelar-se no chão.
É isso que quer o zagueiro acuado por três adversários. Ele se joga do avião e torce para o pára-quedas abrir.
Eles rezam.
Por favor Alecsandro! Segura esta bola só um pouquinho para podermos respirar!
E ninguém os ouve.
Deus está olhando para o outro lado.
O Fossati está olhando para o outro lado.
Por isso rompo com o Inter. É uma greve de amor. Uma greve por solidariedade aos jogadores, que são obrigados a se jogar do oitavo andar em todas as partidas, sabendo que o SuperHomem não virá para salvá-los.
Mas rompo para voltar a amá-lo amanhã, ou depois, quando passar a raiva que estou sentindo.
Rompo como quem rompe com um irmão, que fez uma besteira e irá se redimir.
Mas uma coisa é certa! Só voltarei a amá-lo quando aquele MARGINAL tiver deixado em paz um relacionamento de uma vida!
INTER! ME DEIXE VOLTAR A AMÁ-LO! SE REDIMA COMIGO!
MANDE O ALEC EMBORA!