Filosofias Salgadas

Devaneios, loucuras, filosofias, chinelagens, lariras, badernas, balbúrdias e tudo mais que o povo gosta, mas sempre usando a cabeça, por que aqui ninguém usa chapéu!

sábado, 31 de julho de 2010

Parabéns Doc.

As ideias são assim, só se tornam coisas incríveis quando saem do pensamento, batem na parede do outro pensamento e voltam deformadas (ou reformadas).

Foi isso que fizemos, eu e o Doc.

-Tô pensando em fazer um blog.

-Eu também…

-Vamos fazer juntos?

-Agora já fiz!

-Traidor!

-Mas eu pensei que era isso!

-Me vingarei…

Uma ideia de cá, vai pra lá e volta com o formato diferente. Um ping-pong onde vencem todos.

É sempre assim. Vamos surfar e começa o ping-pong. Ideias vão, ideias vêm, colocados na água nossos dilemas e nossas certezas. Saímos molhados com o triplo de dilemas e sem certeza nenhuma.

O Doc. e Eu fazemos terapia marinha.

Seus problemas são mastigados a cada intervalo sem ondulação. Minhas perguntas postas em pauta nos momentos de espera, e a cada caldo se diluem os questionamentos na máquina de lavar das ondas fechadas, nas boas surgem respostas que podem ou não funcionar.

Terapia marinha é assim.

Parabéns Doc., por mais um ano de vida.

Que continuemos sendo bons amigos, que nossas vidas sigam no caminho do bem, que possamos sempre dividir (e diluir) nossas dúvidas.

Tudo de bom. Tu merece. 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Lenda da Barca

  Todos já ouviram falar em histórias sobre o temível Holandes Voador, navio que frequentava o Norte do Oceano Atlântico e praticava piratarias, não sendo jamais capturado ou vencido por nenhum navio das esquadras Reais.

  Uma história incrível… Ninguém sabia quando ia aparecer o negro “navio da morte”, com sua bandeira escura e a caveira a sorrir seu macabro sorriso. O que era de conhecimento geral, era a velocidade com que atacava e batia suas vítimas. Letal.

Histórinha interessante.

  Todavia, lenda mais impressionante ainda é a da “A Barca”.

  Não. Essa não era uma forma de locomoção marítima. “A Barca” era uma equipe… Não… Era uma Máquina! Que da mesma forma que o Holandês abatia suas vítimas com incrível facilidade.

  Essa lenda é conhecida por pouquíssimas pessoas, tal o nível de preocupação para que não haja o caos generalizado. Apenas alguns estudantes de uma importante instituição de Ensino Superior, comandada por Irmãos, que se localiza no extremo Sul do país do futebol sabe da existência desta lenda, tendo sido, muitos deles vitimados por esta maldoza trupe.

  Reza a lenda, que em meados de 2001 alguns destes desinformados estudantes planejavam organizar um pequeno torneio de futebol com o objetivo de promover a confraternização entre os diferentes cursos da instituição.

  Tudo corria muito bem, até que a trupe de Azul com o estranho nome de Farofa tatuado às costas começou sua trajetória de sangue e triunfo sobre os abismados estudantes.

Nunca ninguém havia os enfrentado. Não sabiam o que esperar.

Eles cuspiam, chutavam, batiam, urravam… Eram um bando…

Mas venciam.

Alguns merecem uma menção à parte:

Anão Panturra: Com seu cabelo de Playmobil e seu riso fácil, fazia com que o adversário não esperasse maldade em seus atos… Ledo engano… Com uma panturrilha de 48 cm. de diâmetro quebrou duas pernas e seis queixos!

Garça: Seus 98cm. de pernas lhe valeram o codinome. Depois das apresentações no campo seu nome ficou registrado para sempre nos anais do futebol como o inventor da “tesoura voadora”, golpe de karatê adaptado aos gramados.

Pigmeu Fabinho: Dizem ser de descendência Estoniana. Este combatente utilizava a tática de trovar fiado com os zagueiros adversários até que estes ficassem tontos e então corria por todos os lados de forma totalmente desordenada. Esta confusão deixava a defesa inimiga tão abobalhada que nem sabiam de onde surgia o golpe fatal.

Ainda havia inúmeros participantes desta lendária equipe, mas o mais importante era também o mais experiente e sábio: Tio Antonio. Com 234 anos de experiência nas costas, era ele o homem responsável por tirar o máximo desta fabulosa equipe.

Dizem que certa feita, durante um de seus famosos discursos antes das peleias, Tio Antonio, com aquela  sapiência de uma tartaruga marinha, ao ser perguntado sobre a forma de jogar naquela tarde, simplesmente argumentou: – Tripulantes… Na minha idade, não sendo comido, estou no lucro. E se retirou… Gênio.

Vitória.

Era assim. Os pacatos estudantes, com seus livros e conhecimentos acumulados, se esforçavam por fazer um torneio onde fossem eles os vitoriosos, e não mais que de repente, surgia “A Barca” e tomava de suas mãos o almejado troféu.

Todas as vezes eles pensavam que estariam livres da “A Barca”, mas no último instante chegava a notícia de que Ela se aproximava. Dentes começavam a rangir, pernas começavam a bambeat mãos começavam a tremer… E quando Ela chegava era a devastação. Zum… Bam… Poc! Gol!!!!!

E até hoje, nos corredores da formosa instituição educacional, quando se fala em organizar torneio de futebol, sempre há um estudante mais receoso que lembra a incrível lenda da “A Barca”.

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Se você ainda deseja vencer um torneio na sua vida, não espalhe esta lenda.   

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Aprendizes… Nada mais que isso…

Viajamos. Conhecemos novas pessoas. Vemos novos filmes. Lemos outros livros. Inventamos novas formas de viver, de amar, de lutar. Criamos máquinas que lavam nossas louças, que nos carregam de um lugar ao outro, que fazem nossa comida, que pensam por nós. Evoluímos!

Toda nossa evolução não nos serve de nada.

Continuamos sendo aprendizes, nada mais que isso. Aprendizes da vida.

A paixão por exemplo.

Encontramos uma garota. Olho no olho. Nervos à flor da pele. Suor. Mãos tremendo. Tudo isso pode se dizer de um garotinho de 15 anos, mas quando ele tiver 48 e ainda se apaixonar sentirá a mesma sensação de “será?” E por mais experiente que seja vai arrumar a gravata, se olhar no espelho e dar aquela ajeitada no cabelo dizendo para si mesmo ou para Deus ou pro parceiro do lado: “deseja-me sorte”.

Somos assim. Eternos aprendizes. Não nos acostumamos com as situções que com certeza vão acontecer conosco.

A morte.

Única coisa certa no mundo (até que os cientistas de um laboratório na Índia digam o contrário). “Nós todos vamos para o mesmo lugar”. “Ninguém fica para semente”. “Chegou a hora dele”. Todas essas frases que fazem muito sentido, quando são ditas aos outros. Quando a atarefada senhora de preto vem buscar algum de nossos queridos amigos nada disso faz sentido, parecem letras jogadas ao vento ou ao acaso em uma folha de papel.

Continuamos aprendendo. Uma lição de cada vez. Mas como eternos aprendizes, nos parece uma nova equação cada uma das vezes.

Finalmente: O Futebol.

Nosso time do coração (seja ele qual for) joga 6 campeonatos todos os anos e, a menos que alguém seja torcedor da Internazionale de Milão, nunca consegue vencer nem a maioria. E ainda assim sofremos como se nunca mais fosse haver outro jogo e que nossa equipe fosse fechar as portas no dia seguinte.

Sempre terra arrasada. Sempre uma nova lição que insistimos em não aprender. Estamos errados em não aprender?

Quando 32 seleções se juntam para disputar o mais importante dos eventos esportivos do Mundo parece razoável que cada um tenha uma chance de vencer. Mas NÃO. Nossa incrível dificuldade em aprender não nos deixa pensar dessa forma. O Brasil caiu. E minha alma de ser humano chora, mesmo sabendo que daqui a 4 anos vou viver esse momento novamente com os mesmos pensamentos, mesmo nervosismo, e mesma certeza de vitória.

Nunca vou aprender que os outros também têm o direito de vencer!

Choremos a morte da Seleção, mas só até a próxima Copa.

Não aprendamos a aceitar a derrota!

Os mais reais de nossos sentimentos são a frustração, a raiva e o ódio da derrota e só eles nos levam a tentar mais bravamente!

Continuemos sendo humanos e sentindo.

Isso é Futebol. Isso é ser Humano. Isso é vida.