Filosofias Salgadas

Devaneios, loucuras, filosofias, chinelagens, lariras, badernas, balbúrdias e tudo mais que o povo gosta, mas sempre usando a cabeça, por que aqui ninguém usa chapéu!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Zé! O Herói Brazuca

Antes de mais nada. O nome pode mudar. E o resto também…

Mas pra começar…

 

Ele era bem pequeno quando descobriu que não era como as outras crianças do bairro. Sempre apanhava no meio do jogo de futebol:

-Mas é ruim esse cara! Pensou o Zé.

- Foi tu né Zé?!

- Eu o quê?

- Que me chamou de ruim, e disse que se soubesse não ia passar a bola pra mim!

- Mas eu nem abri a boca!

- Não sei, mas eu ouvi a tua voz!

Pou! Soc! Tum! A porrada comia pro lado dele.

Ou então quando chegava em casa no dia do boletim:

-Ô guriii! Cadê teu boletim?? Perguntava a mãe dele.

-Bah mãe… Não foi hoje transferiram pra semana que vem. –Ainda bem que ela não sabe que…-Pensava ele.

-Mentira!! Tá na tua mochila no bolsinho do lado, todo amassado! Me dá logo antes que tu apanhe!

Tum! Pá! Pou! Com aquelas notas tinha tomar porrada mesmo!

Parecia que todo mundo podia ler os pensamentos do cara.

Mas depois que cresceu o Zé percebeu que conseguia controlar essa transmissão de pensamentos. E esse se tornou seu grande poder: Comunicação mental!

Uma coisa importante do Zé… É um otário! Talvez um dos maiores! Talvez, quem sabe, o maior da cidade. Não. Do Estado. NÃO! DO MUNDO!

O cara tem um poder que todos gostariam de ter, um poder pelo qual a humanidade tem corrido atrás por muito tempo e só o que ele faz é usar este poder pras ladainhas dele. Como todo bom Brazuca, o Zé quer mais é que o mundo se exploda, desde que ele esteja tranquilo. Olha só.

Semana passada tinha jogo do Internacional. Sim o Zé é Coloradasso!!!

O Inter estava fazendo aquele jogo de sempre, toca prum lado, toca pro outro, gira a bola, volta, vai, mas chutar que é bom nada. E o Zé sabia de quem era a culpa: do Alecsandro! Com certeza! O cara é o centroavante, mas nunca tá posicionado no lugar certo. Não faz gol, não ajuda na marcação… Nada! Como diria um amigo meu: Um Buraco Negro de jogadas!

O Zé não aguentava mais! Faria alguma coisa!

Falou com o Alec!

Sim. Era esse seu poder! Comunicação. E talvez um pouco de poder de persuazão. Não importa. Falou com o Alecsandro!

- Alecsandro! Olha para a linha dos zagueiros! Senão tu vai ficar impedido de novo!

-Quem tá falando!?? Perguntou o jogador, totalmente confuso com aquilo. Nada espantoso, porque normalmente a gente não escuta vozes de dentro da cabeça.

-Hummmm… O Zé deu uma pensada e lascou logo uma religiosa: QUEM TÁ FALANDO CONTIGO É JESUS! TE POSICIONA DIREITO ALECSANDRO!

E o Alecsandro mais espantado respondeu:

-Jesus Cristian??!! Ex-avante da dupla Gre-nal??!! Você veio me dar conselhos sobre como ser um centroavante decente?

-NÃO SEU ANIMAL! Respondeu o Zé, com uma voz de Deus (sei lá como seria essa voz, talvez como a do Sid Moreira… é… pode ser) JESUS CRISTO! EU ME SACRIFIQUEI PELA RAÇA HUMANA, E O QUE TU ESTÁS FAZENDO É UM DESRESPEITO! TE POSICIONA DIREITO E QUANDO BATER NA BOLA BATE QUE NEM HOMEM!!!

E o Alec quase se borrando…

-Tá bom senhor… quer dizer Jesus! Vou tentar melhorar! Obrigado… digo… amém… aleluia… E começou a correr de verdade.

-MAIS UMA COISA!

-Sim senhor?!

-DÁ UMA OLHADA MAIS ATENTA NO TEU IRMÃO, EU ACHO QUE ELE NÃO GOSTA DA FRUTA!

-Vou conversar com ele senhor!!! Obrigado!

Depois disso o Internacional conseguiu vencer o campeonato, com três gols do Alecsandro na final!

O Zé pensou, como em todas as vezes que fazia das suas, que era o maior gênio do mundo! Quanta falta de visão de mercado…

Mas ele levava uma vidinha comum… Trabalho, facul, amigos, futebolzinho, cervejinha… coisas de guri. De vez em quando dava sorte com uma gatinha… na maioria não.

Quando não dava sorte nenhuma apelava pro seu poder.

Mas isso é história pro próximo capítulo!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Retorno!

   Já faz algum tempo venho construindo essa ideia de escrever um livro. Isso mesmo! Um livro. Sim, eu sei… Um livro é uma coisa complicada. Tem a editora, tem o empresário, tem a grana… Problemas pequenos que eu poderia resolver com um pouco de força de vontade e muito puxa-saquismo. Mas o grande problema é outro… Eu não sei sobre o que escrever. E pra esse problema eu não vejo uma solução tão simples.

Já pensei em um monte de coisas.

Talvez uma história na Idade Média, ninguém sabe exatamente o que acontecia naquela época, eu poderia inventar um monte de porcarias, colocar um romance, um bonitão e todo mundo ia engolir…

Pensei em uma história de vampiros (tá na moda!), ia ser assim: Um vampiro bonitão se apaixona pela guriazinha que faz a faxina na casa dele. Mas eu ia dar o meu toque regional… Ele, um magnatinha da Bela Vista, ela, uma funkeirinha da Tinga. Quando ele vai dar a mordida que transformaria a vida da moça para sempre aparece um pedreiro (não um trabalhador da construção civil) que a leva para sua vida de fantasia (que dura apenas 5 segundos, tempo de ação da droga no cerebrozinho de minhoca dele), os dois tentam se casar, mas o vampiro corre atrás de sua amada. No final o pedreiro se apaixona pelo vampiro e os dois passam seus domingos a noite na frente do Zaffari da Lima enchendo a cara de vinho! Não pensei o que seria da guria… Acho que ela abre uma lavanderia e fica rica em um mês… Ou não…

Um livro de auto ajuda era a opção mais segura, começaria com aquele lance de: Você não pode deixar a vida passar à sua frente!!!! Saia dessa cadeira agora! Tente de tudo para ficar rico! Mas se não der você será infeliz!! Você não tem um milhão??? Sua namorada não sai na coluna social da Zero??? Você não tem uma casa com piscina em Atlântida??? CORRAAAAA!!! Você já tem quase 30 anos e não é Bilionário! E acabaria assim: Tá bom, mesmo não sendo ricasso você é legal, mesmo com a esposa gorda e o filho na escola pública… E na última página uma carinha de feliz. :) Talvez quem lesse não… Mas Eu… ia ficar rico!

Não. Nada disso eu conseguiria escrever. Então a TV me salvou. (Não a TV aberta né! Óbvio que não.) A Net e a maravilhosa caixinha! Valeu Ronnie (o tio da Big que nos arrumou a caixinha mágica)

Uma série! Claro!

As pessoas não têm saco, nem tampouco inteligência para ler um livro. Não que a gente não tenha capacidade. Mas um livro é tempo demais desperdiçado. A gente tem mais o que fazer do que ler um livro! Pô. Tem que trabalhar, tem que namorar, e quem não tem namorada (o), tem, no mínimo, a obrigação de procurar desesperadamente um, tem que fazer alguma atividade física (não porque faz bem, mas na RBS tem um programa que diz que é legal demais!) e o mais importante! Tem que fazer uma social né… Nem que seja no Orkut! Pra encurtar o papo… Não temos tempo pra um livro. Mas uma série… Poucos parágrafos por dia… Ahh isso eu aguentaria. E outra, se não estiver legal eu faço como nas séries americanas: Mudo tudo de um dia pro outro. O romance tá chato entre homem e mulher: O cara descobre que é gay! O Médico que tem um problema na perna já não chama atenção: Milagre! O cara se curou e agora faz Cooper todo dia! Entenderam? Posso fazer o que quiser!

É isso. Uma série.

E vai começar amanhã!

Ou depois…

Mês que vem…

Sei lá…

Não sei sobre o que escrever!