A Caverna do Salgão - 2° Capítulo
"-Cerveja! Eu quero cervja!!!!!" Urrava Moustache, correndo abestalhado na direção da estranha Aurora.
"-Calma idiota!" Disse Salgmano com toda a sabedoria, enquanto Charles tentava segurar um babado Moustache. "-A gente não sabe onde está temos que pensar no que vamos fazer."
"-Isso aqui não tem nada na volta, não tem nada pra lado nenhum e lá no horizonte tem uma montanha de cerveja (tomara que Bohemia), qual a tua opinião? Ir ou não ir à montanha de cerveja?" Perguntava calmamente, mais para si mesmo do que para os outros, Guile, sempre com seu jeito de perdido nas estrelas.
"Bueno... Já que todo mundo tá de acordo vumbora. Mas fiquem ligados. Vamos deixar o Moustache ir na frente, porque se algum monstro aparecer ele se assusta e vai embora (o monstro né), e se não se assustar ele come o Moustache. Não vai fazer falta mesmo." Disse seriamente Salgmano.
"É verdade." Concordaram todos, menos o Moustache, que ficou com um ar de "o que será que ele quis dizer?".
Quando seguiam já a algum tempo por um caminho poeirento, sem nada pela frente, nem nada em suas costas, Contrinha balbuciando alguma canção anglo-saxã, Guile resmungando besteiras sem nenhum (nenhum mesmo) sentido, Charles divagando sobre seu tempo de exército e Roberto enchendo o saco com uma estória de loira que ele iria pegar e blablablá, escutaram alguns assovios, gritos, música ruim. Todos estacaram, perguntando-se o que seria aquela bagunça. Continuaram mais devagar e com Moustache mais à frente.
De repente de uma pequena colina que existia no caminho avistaram pequena casa toda aberta e barulhenta. Aproximaram-se sorrateiramente, observaram os movimentos, o som ficava mais alto. Era o hino do Internacional. A casa fedia mais a cada passo que davam. Chegaram à porta. Bateram. Nada... Bateram de novo. Nada outra vez.
"-Vou entrar!" Disse Salgmano. E quando girava o trinco foi tomado por um bafo incrível de cana. Todos olharam pra trás quando um homem começou a berrar e assoviar completamente bêbado.
"Dae gurizada! Ondé que ceis ium!? Num ia intrá na minha casa néuo!?"
"Não... Jamais!!" Disse Contrinha todo borrado.
Depois de passado o susto, o homem convidou os meninos a entrar em casa, ao que eles declinaram (mais pelo fedor do que por medo), sentaram-se em volta do rádio, que tocava sem pudores, no máximo volume, o hino do rolo compressor. Tomaram uma cachaça muito forte que o estranho homem os ofereceu enquanto ele falava com um ar ébrio.
"Molecada... Meu nome é José Límpido dos Tragos, também conhecido por Só Zé. Fui designado para guiá-los por Sombrio, esse mundo onde vocês se encontram. Nada do que vocês conheciam serve como experiência aqui meninos. Esqueçam seus medos. Temam sempre o desconhecido. Cada um de vocês receberá um DOM especial que será descoberto durante o tempo em que estiverem aqui. Sua missão é derrotar o Imperador do Mal, homem sem escrúpulos que transformou toda a cerveja de Sombrio em um gás esquisito (disse isso apontando para a aurora que os moços viram antes). Sempre que necessário eu aparecerei completamente bêbado para ajudá-los a escolher o caminho correto. Nesse momento só posso dizê-los que enquanto virem a cerveja no céu tentem seguí-la, e quando não puderem ver confiem no olfato de animal de seu amigo Moustache, que é um grande imbecil, mas consegue farejar álcool a milhas de distância."
"Tá perae", disse Contrinha. "A gente não vai levar a sério o que esse bêbado fudido tá dizendo né?!"
"Cala a boca, seu Londom bixinha". Falou Salgmano baixinho, cutucando Contrinha.
"E a loira?" Perguntou Roberto.
"Que loira rapaz?! Tu é retardado???Quem foi que trouxe essa merda?" Perguntou Zé.
Se desculpando Salgmano disse: "-Pô, foi mal seu Zé. Não leva a sério. Eles são meio tapados, mas são parceria. Mas e ae? agora a a gente vai ficar assim? Sem nada pra comer, nada pra beber, e andando por aí como uns bêbados atrás da cerveja perdida?"
"É isso garoto. Vocês agora são a única chance desse mundo de voltar a encher a cara. Vocês poderão salvar a todos os habitantes de Sombrio de uma vida sem chinelagem noturna, sem um trago depois do futebol, sem uma gelada no fim de semana. É isso. Vocês agora sabem porque vieram e sabem o que devem fazer." Ele ia sainda, quando voltou cambaleando e disse: "-Ahh, lembrei. Me chamem de MESTRE DOS TRAGOS."
"-Como assim?" Perguntava Guile, novamente mais pra si do que para os outros.
Quando todos olharam para ele e devolta para onde estava Zé, este não estava mais lá, parecia ter evaporado com o álcool que bebia.
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Os meninos deixaram a casa do Mestre dos Tragos e seguiram, já quase sem a luz dos sóis (cinco que podiam ver), na direção da Ceva Perdida. À sua frente, uma floresta cheia do desconhecido. Às suas costas, nada porque eles eram machos afuzel. Mas ficaram mais tranquilos ao saber que tinham compania e alguma coisa para beber, já que Zé os deixou uma garrafa de cachaça que não parecia ter final.
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Não deixem de acompanhar as loucuras dessa rapeizi no blog co-irmão (e rival) oceanopensante.blogspot.com
Obrigado, Tchau.
6 Comentários:
huaeohuaeheioahaeiuheiuhaei... tah muito bom, muito bom!!
ri bagarai...
abraço mânú!!
Em breve eu dou prosseguimento...
Vem aí o 3º capítulo!!! Aguardem...
Nossa cara...essa trama é uma loucura!
Vê só, quem diria que em um mundo distante o Só Zé seria o mestre eim...
e eu que pensei que o mânu nunca sairia de uma cachaça aqui, uma Aids ali, uma hemorróida acôlá!
Vê só eim...mas é justo!
Esse Moustache é muito parecido com um cara que eu conheço ai! Se realmente é parecido com esse cara que eu conheço tem uma pica enorme! Parabéns Moustache tu é o cara!
O 3º Capítulo da saga A Caverna do Salgão já está postado no
www.oceanopensante.blogspot.com
Aliás... Digníssimo Segñor Pumba Rafael, favor postar um aviso sobre isso aqui neste seu blog.
Obrigado.
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